Crítica de Cinema - Zumbilândia

Zumbilândia, Zombieland, EUA, 2009.

Direção: Ruben Fleischer.
Roteiro: Paul Wernick, Rhett Reese.

Nos Estados Unidos infestado por zumbis, um jovem nerd (Jesse Eisemberg) acredita ser o último habitante humano, tudo graças a uma série de regras de sobrevivência que ele mesmo criou. Até encontrar um excêntrico caipira bom no gatilho vivido por Woody Harrelson (excelente), que se recusa a conhecer o nome do garoto, os dois passam a se comunicar pelo nome das suas cidades, Columbus e Tallahassee, não demora muito os dois conhecem também duas jovens irmãs golpistas vividas por Emma Stone e Abgail Bresling (a ex-garotinha de Pequena Miss Sunshine) que aumentam substancialmente o número de problemas que os dois se metem.
Zumbilânida é um "Terrir", mas sem ser pastelão como a série Todo Mundo em Pânico, seguindo a mesma linha de Todo Mundo Quase Morto (péssimo título português para o excelente filme britânico Shaun of the dead) desenvolvendo os personagens e um universo próprio ao invés de parodiar gratuitamente outros filmes, no entanto, também não se leva a sério, o propósito aqui é unicamente divertir, saindo-se muito bem nessa tarefa.
O filme começa de maneira frenética com uma ótima montagem mostrando como a epidemia se alastrou rapidamente e aproveitando para apresentar também algumas das regras de sobrevivência e depois é beneficiado ainda mais pela boa dinâmica entre os dois novos amigos, o contraste na maneira de agir dos dois gera boas risadas, mas a narrativa perde um pouco de ritmo pelo caminho por se desligar da história de zumbis e se concentrar em coisas desnecessárias como o romance entre Columbus e Wichita (Stone).
O diretor Ruben Fleischer conduz muito bem a trama, particularmente, adorei a forma como ele apresenta as regras através de créditos na tela, sem precisar explica-las pelo roteiro, por exemplo quando uma pessoa voa pelo para-brisa depois de uma batida de carro, a frase "#4 - Use o cinto de segurança" surge na tela. Quanto ao elenco, Harrelson que já se tornou expert em criar personagens excêntricos acaba roubando todas as cenas, enquanto que as duas irmãs acabam representado o ponto mais fraco da história, mas a culpa não é de Stone e Bresling que estão bem a vontade, o problema é do roteiro que coloca as duas geralmente criando situaçãos estúpidas demais.
Não tão original ou inteligente quanto Shaun of the Dead que usa os zumbis como forma de satirizar a nossa própria sociedade (que por vezes lembra hordas de morto-vivos), Zumbilândia diverte por não se levar a sério, mas levando o espectador a sério, sem agredir a nossa inteligênica com piadas prontas e sem graça, e ainda conta com uma participação absurdamente hilária e não creditada de um grande ator, o qual eu não revelarei para não estragar a surpresa de quem ainda não assistiu.