LOST: The End.

Atenção: esse post contém muitos spoilers.

Para a maioria dos fãs de LOST espalhados pelo mundo, ontem foi um dia especial, um misto de tristeza, felicidade e porque não dizer, orgulho, orgulho de ter confiado que os criadores concluiriam a saga dos nossos queridos personagens da melhor maneira possível, aliás, chamá-los simplesmente de personagens é um equívoco, durante seis anos, acompanhamos a história de pessoas tridimensionais, com falhas, e que também aprenderam muito uns com os outros.
E apesar de adorar os mistérios da ilha e me empolgar com cada novo "WTF!" do programa, não tenho dúvidas que o que marcou a série foi a história dessas pessoas, ora, se o "protagonista" da série fosse a ilha, ela não se chamaria "perdidos" e sim "Ilha da fantasia" ou coisa parecida, a história sempre foi sobre esses perdidos, que aprenderam juntos a se encontrar.

Como não se emocionar com as lembranças de todos vindo a tona embaladas pela magnifica trilha sonora do oscarizado Michael Giacchino? Jin e Sun, Sayid e Shannon (e se emocionar com o retorno de um personagem que deixou a série há 04 anos, só ressalta a força e importância de cada um deles), Juliet e Sawyer, Kate, Claire e Charlie, Locke no final da operação, em mais um momento brilhante de Terry O'Quinn, a alegria de Richard Alpert ao descobrir o seu primeiro cabelo branco, o perdão para Ben (que aprendemos a amar e odiar), o merecido final de Hurley, a partida da ilha, o consolo de Vincent (e quem já teve um cachorro, por mais forte que seja, sem dúvida alguma, desabou emocionalmente naquele momento), o emblemático reencontro de todos no pós-vida, e por fim, o sacrifício de Jack, fazendo o que ele nasceu para fazer, consertar as coisas.

E eu tenho que reservar algumas linhas exclusivas para Matthew Fox, sempre foi algo incompreensivel para mim, a perseguição que ele e Jack sofriam, mas o personagem com o arco dramático mais completo da série, retomou nos últimos episódios e nos momentos finais, o papel de protagonista que sempre foi dele, desde seu choro na praia após a tragédia do submarino, que a minha atenção se voltou para ele, e o ator não desperdiçou nenhuma chance de brilhar, seja no último confronto com o monstro de fumaça ou nas várias despedidas, todos partimos juntos com ele naquele maravilhoso e elegante plano final que remete diretamente ao primeiro plano da série. Foi a "deixa" da série para seguirmos em frente, como aquele gurpo de amigos!E o que falar da resolução para o último grande mistério da série? O que era a realidade paralela? Só tenho aplausos para Carlton Cuse e Damon Lindelof pela coragem e ousadia, provavelmente muitos não gostaram ou não compreederam por completo, mas pelo menos em duas coisas, todos tem que concordar, era a melhor resolução para os personagens e era algo que ninguém imaginava, desde 22 de setembro de 2004, todos nós formulamos teorias, apenas para perceber a cada novo episódio que o que os criadores planejavam era totalmente diferente do que imaginavamos, quanto a natureza da paralela, muitas dicas foram dadas, por exemplo, o atropelamento de John Locke, todos achavam que Desmond "forçou a barra", visto que ele poderia ter morrido, agora sabemos que ele não poderia ter morrido ali, o mesmo se aplica a Sun que levou um tiro na barriga e não perdeu o filho, a Charlie que se afogou dentro do carro sem sofrer sequelas mais graves, sem falar no primeiro plano da temporada, o céu visto pela janela do avião, aliás, a primeira dica que me lembro foi dada dois anos atrás, a aparição de Christian Shepard no derradeiro momento de Michael no navio dizendo: "you can go now" (e mesmo acreditando na criatividade dos roteiristas, eu realmente achava, como muitos, que aquele momento foi um furo do roteiro, "shame of me").

Carlton e Damon ainda nos presentearam com algumas pontas soltas, para que todo fã pudesse fazer o que mais gostava de fazer nessas seis temporadas, teorizar sobre a série, e particularmente, já tive o primeiro embate teórico, no caso, com o amigo Davi, do temporariamente fora do ar, Tô Assistindo, enquanto ele acredita que Ilha nada tem a ver com a "paralela" a não ser o fato de ter sido lá que os passageiros do vôo 815 se conheceram, eu acredito que ela tenha, e que a resposta pode estar em Eloise Hawking, ainda não consigo dizer como ou porque, preciso rever pelo menos a última temporada, e ler o que os outros fãs estão escrevendo por aí, mas isso ficará para outro momento e outro post, agora é hora de descansar a mente e relembrar saudosamente os momentos maravilhos que a série proporcionou.

Adeus, Lost!

Obs. Só hoje comecei a ler os comentários na net, e percebi que muitos não compreenderam o final e acharam que a ilha era o purgatório, "Oh my"!