Direção: Matthew Vaughn
Elenco: Aaron Johnson, Nicolas Cage, Chloe Moretz, Mark Strong, Christopher Mintz-Plasse.
Kick-Ass baseado na graphic novel de Mark Millar e John Romita Jr. se assemelha relativamente ao mundo de outra graphic novel, Watchmen do genial Alan Moore, onde pessoas comuns resolvem se tornar super-heróis para combater a criminalidade, entretanto, sendo mais leve e mais pesado ao mesmo tempo.
Parece um paradoxo, mas o que acontece é que Kick-Ass não tem o sub-texto político e sério do premiado trabalho de Moore, sendo leve e descompromissado em sua narrativa, em contra partida, é mais violento, contendo cenas ainda mais pesadas por envolver adolescentes e até mesmo crianças, e só o fato de Kick-Ass conseguir unir esses dois aspectos sem, em nenhum momento soar repulsivo ou moralmente equivocado, já tornaria o trabalho do diretor Matthew Vaughn (que também assina o roteiro ao lado de Jane Goldman) louvável, no entanto o filme tem muitas outras qualidades.
O filme gira em torno de Dave (Aaron Johnson), um adolescente comum e inseguro que resolve criar um alter-ego mais determinado e corajoso, o "super-herói" Kick-Ass, ao mesmo tempo, o ex-policial Damon Macready (Nicolas Cage) junto com a filha de 11 anos, Mindy (Chloe Moretz) também resolvem se tornar justiceiros mascarados tornando-se "Big Daddy" e "Hit Girl", mas com outros objetivos, vingar-se do mafioso Frank D'Aminco (Mark Strong), pai de Chris D'Aminco (Christopher Mintz-Plasse), que inspirado em Kick-Ass, resolve criar o seu próprio "herói", Red Mist.
O elenco é homogeneamente competente, Johnson como o protagonista garante imediatamente a nossa identificação (aliás, ele teria dado um ótimo Peter Parker), enquanto que Mark Strong encara um vilão tridimensional (algo raríssimo hoje em dia) principalmente pelo cuidado que ele tem em proteger o seu filho, interpretado por Mintz-Plasse que por sua vez, diverte com um personagem que parece ser uma espécie de "McLovin" (que ele viveu em Superbad), só que menos inocente. Mas quem segura mesmo o filme é Nicolas Cage e principalmente a jovem Chloe Moretz, e é impressionante como mesmo tendo a absurda idéia de treinar a filha para ser uma "justiceira assassina" desde muito cedo, nós realmente acreditamos que esse pai pouco convencional só pensa no bem dela.
Como já deu para perceber, assim como a idéia de um alter-ego ser um contraste de uma personalidade, o filme é repleto desses contrastes, como por exemplo, a fotografia colorida e viva, que faz um contraponto a violência empregada, e também Mindy, que é uma máquina de matar e ao mesmo tempo, em certos momentos expõe a fragilidade típica de um menina de 11 anos, e abro um parênteses para expor a coragem do diretor na maneira como ele explora a personagem, que numa visão conservadora, poderia ser moralmente reprovável por uma "sugestão a pedofilia", ciente disso, em uma determinada cena, ele inclui um personagem que ao vê-la em ação, diz: "Eu namoraria com ela!", sendo prontamente repreendido por outro que diz: "Cara!?! Ela deve ter só uns 11 anos!". Mas é justamente pela maneira absurda em que tudo é tratado, que talvez não repreendemos o que vemos.O fato é que a garotinha representa o maior arco drámatico do filme, o herói tem sim a maioria de seus dilemas resolvidos, mas não se compara a trágica história tarantinesca de Mindy (e o próprio pai é apenas um suporte para o seu arco), ela é a versão mirim da Noiva de Kill-Bill, e Moretz apesar da pouca idade, segura extremamente bem o papel.
Explorando bem os recursos narrativos, principalmente a metalinguagem com o mundo dos quadrinhos, como no momento em que o filme nos apresenta a história de Damon, e a metalinguagem com o próprio cinema, como na ótima sacada envolvendo a narração em off, o filme é inventivo e nunca deixa de ser surpreendente, chocante e divertido, como podemos ver logo no início, no resultado do primeiro "ato heróico" de Kick-Ass. Até o momento, é o filme pipoca que mais me agradou em 2010.
Elenco: Aaron Johnson, Nicolas Cage, Chloe Moretz, Mark Strong, Christopher Mintz-Plasse.
Kick-Ass baseado na graphic novel de Mark Millar e John Romita Jr. se assemelha relativamente ao mundo de outra graphic novel, Watchmen do genial Alan Moore, onde pessoas comuns resolvem se tornar super-heróis para combater a criminalidade, entretanto, sendo mais leve e mais pesado ao mesmo tempo.
Parece um paradoxo, mas o que acontece é que Kick-Ass não tem o sub-texto político e sério do premiado trabalho de Moore, sendo leve e descompromissado em sua narrativa, em contra partida, é mais violento, contendo cenas ainda mais pesadas por envolver adolescentes e até mesmo crianças, e só o fato de Kick-Ass conseguir unir esses dois aspectos sem, em nenhum momento soar repulsivo ou moralmente equivocado, já tornaria o trabalho do diretor Matthew Vaughn (que também assina o roteiro ao lado de Jane Goldman) louvável, no entanto o filme tem muitas outras qualidades.
O filme gira em torno de Dave (Aaron Johnson), um adolescente comum e inseguro que resolve criar um alter-ego mais determinado e corajoso, o "super-herói" Kick-Ass, ao mesmo tempo, o ex-policial Damon Macready (Nicolas Cage) junto com a filha de 11 anos, Mindy (Chloe Moretz) também resolvem se tornar justiceiros mascarados tornando-se "Big Daddy" e "Hit Girl", mas com outros objetivos, vingar-se do mafioso Frank D'Aminco (Mark Strong), pai de Chris D'Aminco (Christopher Mintz-Plasse), que inspirado em Kick-Ass, resolve criar o seu próprio "herói", Red Mist.
O elenco é homogeneamente competente, Johnson como o protagonista garante imediatamente a nossa identificação (aliás, ele teria dado um ótimo Peter Parker), enquanto que Mark Strong encara um vilão tridimensional (algo raríssimo hoje em dia) principalmente pelo cuidado que ele tem em proteger o seu filho, interpretado por Mintz-Plasse que por sua vez, diverte com um personagem que parece ser uma espécie de "McLovin" (que ele viveu em Superbad), só que menos inocente. Mas quem segura mesmo o filme é Nicolas Cage e principalmente a jovem Chloe Moretz, e é impressionante como mesmo tendo a absurda idéia de treinar a filha para ser uma "justiceira assassina" desde muito cedo, nós realmente acreditamos que esse pai pouco convencional só pensa no bem dela.
Como já deu para perceber, assim como a idéia de um alter-ego ser um contraste de uma personalidade, o filme é repleto desses contrastes, como por exemplo, a fotografia colorida e viva, que faz um contraponto a violência empregada, e também Mindy, que é uma máquina de matar e ao mesmo tempo, em certos momentos expõe a fragilidade típica de um menina de 11 anos, e abro um parênteses para expor a coragem do diretor na maneira como ele explora a personagem, que numa visão conservadora, poderia ser moralmente reprovável por uma "sugestão a pedofilia", ciente disso, em uma determinada cena, ele inclui um personagem que ao vê-la em ação, diz: "Eu namoraria com ela!", sendo prontamente repreendido por outro que diz: "Cara!?! Ela deve ter só uns 11 anos!". Mas é justamente pela maneira absurda em que tudo é tratado, que talvez não repreendemos o que vemos.O fato é que a garotinha representa o maior arco drámatico do filme, o herói tem sim a maioria de seus dilemas resolvidos, mas não se compara a trágica história tarantinesca de Mindy (e o próprio pai é apenas um suporte para o seu arco), ela é a versão mirim da Noiva de Kill-Bill, e Moretz apesar da pouca idade, segura extremamente bem o papel.
Explorando bem os recursos narrativos, principalmente a metalinguagem com o mundo dos quadrinhos, como no momento em que o filme nos apresenta a história de Damon, e a metalinguagem com o próprio cinema, como na ótima sacada envolvendo a narração em off, o filme é inventivo e nunca deixa de ser surpreendente, chocante e divertido, como podemos ver logo no início, no resultado do primeiro "ato heróico" de Kick-Ass. Até o momento, é o filme pipoca que mais me agradou em 2010.
Cara, impressionante como este filme está fazendo sucesso e se dando bem com a crítica, estou bem entusiasmado pra conferir o longa! xD
ResponderExcluirTambém gostei muito do filme. O único problema foi eu ter visto o trailer e como a maioria das partes engraçadas estão no trailer, me senti um pouco frustado com o filme. Sem sombra de dúvida, é um dos melhores filmes que eu assisti no ano e quem não viu merece assistir. É um filme que você não precisa "pensar", tudo o que você tem que fazer é se "divertir" vendo o filme, coisa que você fará com certeza. Minha nota para o filme: 8,5
ResponderExcluirKick Ass! Foda d MAIS+++
ResponderExcluirÑ preciso falar nada, uma exelente escolha para atuar do tio Nicolas. O filme superou minhas espectaticas e honrrou o Hq! perfeito