Críticas de Cinema - Substitutos

Substitutos, Surrogates, EUA, 2009.
Direção: Jonathan Mostow
Roteiro: John D. Brancato, Michael Ferris

No futuro, os humanos vivem isolados em suas residências, interagindo de forma indireta, através de robôs (uma espécie de avatar). Quando várias máquinas começam a morrer junto com os seus donos, o policial Tom Greer (Bruce Willis,) sai em busca do assassino, primeiramente como o seu robô e depois pela primeira vez pessoalmente enfrentando as dificuldades de uma pessoa comum.

Baseado na graphic novel de Robert Venditti e Brett Weldele,o filme tem até uma premissa interessante, apesar de nada original, quantas vezes não vimos abordagens parecidas? Mas a mesma é mal desenvolvida e mal aproveitada pelos roteiristas John D. Brancato e Michael Ferris, o histórico deles que incluem Mulher-Gato, o novo Triplo XXX e um dos maiores fracassos do ano Exterminador do Futuro 4 - A Salvação, não é muito favorável por sinal.

Aqui eles desperdiçam a chance de fazer uma abordagem mais complexa da situação em que a humanidade se encontra, eles poderiam ter mostrado, por exemplo, as implicações da vida sedentária e isolada em quartos com pouca luminosidade, mostrando seres humanos obesos e pálidos (algo que até a animação Wall-E, soube aproveitar), no entanto todos aparentam ser saudáveis, e a situação piora por que em nenhum momento os "surrogates", os robôs que substituem os seres humanos surgem como algo realmente prático para a sociedade.

O roteiro também falha na construção de seu protagonista, Tom Greer surge como um critico da utilização dos "surrogates", em certo momento ele ironiza uma bela e jovial advogada em sua versão robô, afirmando que por trás dela, pode haver na verdade um velho patético, no entanto, ele mesmo utiliza um "avatar" que o deixa com uma aparência bem mais jovem, além disso, ele sai pessoalmente para a investigação dos crimes, apenas quando o seu robô é destruído, tornando a tentativa de trazer dramaticidade e complexidade ao personagem totalmente artificial.

A trama é tão rasa, que mesmo com uma metragem curta de aproximadamente 01 hora e 30 minutos, o filme parece se arrastar, ao menos Jonathan Mostow consegue empregar agilidade a produção criando boas sequências de ação, ainda que nenhuma memorável. Foi o segundo mega fracasso dos roteiristas esse ano, custou 80 milhões de dólares e até agora não recuperou nem a metade disso. Substitutos é inofensivo, você assistirá e provavelmente o esquecerá rapidamente, mas não chega a ser a bomba que que foi Transformers 2, por exemplo.