sábado, 17 de julho de 2010

Crítica de Cinema: Encontro Explosivo

Encontro Explosivo, Knight & Day, EUA, 2010.
Direção: James Mangold
Roteiro: Patrick O'Neil
Elenco: Tom Cruise, Cameron Diaz, Paul Dano, Peter Sarsgaard, Viola Davis e Maggie Grace.



Tom Cruise geralmente escolhe bem os seus projetos, e se ele não é um ator excepcional, ao menos sempre convence em sequências de ação, as expressões de esforço que ele costuma fazer imprimem uma certa humanidade aos heróis que ele já viveu, portanto, posso dizer que gosto do trabalho do ator.
Dito isso, a baixa bilheteria de seus últimos filmes, incluindo o novo Encontro Explosivo, só pode ser atribuída ao desgaste de sua imagem fora das telas, a defesa fervorosa da Cientologia (acho que "Jumentologia" seria mais apropriado) e a infame participação no programa da Oprah são alguns exemplos. Não que Encontro Explosivo seja uma grande filme, é um dos mais fracos da carreira do ator, no entanto, não é pior que muitos blockbusters que costumam faturar alto nas bilheterias como as bobagens de Michael Bay e Stephen Sommers.
Na trama, Cruise é Roy Miller, um agente secreto em posse de um artefato altamente valioso uma bateria de energia perpétua (sic), e por isso, está sendo perseguido por criminosos e por várias agências de inteligência, inclusive a própria, que acredita que ele esteja tentando vendê-la. Depois de usar a problemática June (Diaz) para conseguir embarcar em um voo com a bateria, eles acabam tendo que "trabalhar" juntos, a partir disso, já é possível imaginar os inúmeros clichês que surgirão durante a projeção.
O roteiro de Patrick O'Neil é pedestre, principalmente na tentativa de imprimir humor a todas as sequências em que os dois astros se encontram, mas é pior ainda, na construção dos personagens, nenhum personagem secundário, inclusive os vilões, parecem ter alguma utilidade à narrativa, que não seja completar os enquadramentos em que os heróis aparecem, afinal, não dava para fazer o filme só com os dois.
O'Neil leu a cartilha dos longas espionagem, mas não compreendeu como torná-la útil, pois apesar do filme contar com várias locações pelo mundo, ter uma conspiração internacional e arma poderosa cobiçada por todos, nada disso parece fazer o menor sentido, novamente servindo apenas para encher os diálogos entre Roy e June. O diretor James Mangold ao menos consegue imprimir energia a algumas sequências de ação, mas não tem muita felicidade na construção das gags visuais, compare por exemplo, a divertida sequência de True Lies em que a personagem de Jamie Lee Curtis tenta usar pela primeira vez uma metralhadora, com uma cena parecida envolvendo Diaz, que aqui se mostra desastrosa.Apesar de todos os defeitos, o filme tem um bom ritmo e os pouco mais de 100 minutos que ele dura passam rápido, sem dar sono como boa parte dos longas de ação recentes, quanto aos dois astros, eles estão apenas revisando papéis que já estão acostumados a fazer, o que pelo menos garante uma identificação mais fácil do público, e conseguem assim, divertir na medida do possível.
Como eu disse no início, Cruise costuma escolher bem os projetos do qual participa, e provavelmente, só entrou nesse, sem avaliar direito, porque precisava urgentemente de um novo sucesso, e optou pelo caminho que sempre parece mais fácil de conquistar o público, mas infelizmente só conseguiu afundar ainda mais sua credibilidade, devia ter feito logo o novo Missão: Impossível.

2 comentários:

  1. Sabe, por algum motivo eu estou muito afim de ver este filme. E olha que nem de ação eu gosto, mas estou com muita vontade de conferir, rs

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  2. Concordo com a resenha, não saí do cinema com aquela sensação de ter jogado meu dinheiro no lixo, pois meio que já sabia que eu ia me deparar com diálogos batidos e piadinhas clichês. Prefiro ver Tom e Cameron em Vanilla Sky.

    (PS: adoro seu blog.)

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